Mais uma abrilada, ai estão novamente todos de cravo na mão, todos, mesmo todos, os que estiveram nos calabouços do anterior regime, como os que eram, ou descendem, do antes de 25 de Abril, para todos eles o cravo é o símbolo da liberdade, todos tem liberdade para viver regaladamente.
Há cerca de dois anos foi ver os que fora vitimas do anterior regime, lamber o rabo aos descendentes desse regime (PSD/CDS) e assim conseguir o derrube do governo, provocar novas eleições, e com isso obter mais uns votos para os seus grupos partidários, manter os seus privilegio e as reformas douradas.
Antes de 25 de Abril, lembro quando no 5 de Outubro de 1973, no final da romagem ao cemitério do Alto de S. João tivemos que fugir para não ser preso, lembro quando no final de uma sessão de esclarecimento da CDE num teatro que existia na rua da Palma nos obrigaram a sair um de cada vez entre uma fila de militares, lembro de ter assinado vários documentos para o fim da guerra colonial, lembro de um 1º de maio na Praça do Rossio ser derrubado por um canhão de agua e a seguir correr escadinhas do duque acima, lembro do primeiro comício pós 25 de Abril, do PCP no pavilhão dos desportos, lembro do José Magro ao lado da Zita Seabra, lembro de tanta ilusão, ilusão já perdida que me levou a detestar toda esta hipocrisia abrilista.
